“Piratas” da Somália
Uma luta por condições de vida mais dignas
Anónimo internet / MV - Quinta-feira, 5 Novembro, 2009Os “piratas” da Somália, nas suas embarcações precárias, são perseguidos por navios de mais de 12 nações, dos EUA à China. Aqueles que os governos “ocidentais” rotulam como “uma das maiores ameaças do nosso tempo” são oriundos de um dos países mais miseráveis do planeta.
O mundo ocidental encontrou nos mares da Somália o local ideal onde descarregar lixo nuclear. Além disso, a Europa, que esgotou os recursos naturais das suas águas, rouba anualmente milhões de euros de atum, camarão e lagosta, nas costas da Somália, enquanto os pescadores locais passam fome. Quando os “piratas” se intrometeram no caminho pelo qual passa 20% do petróleo do mundo… imediatamente a Europa despachou para lá os seus navios de guerra.
Mal o governo somali se desfez em 1991 (*), e os ricos partiram, começaram a aparecer misteriosos navios europeus no litoral da Somália que deitavam ao mar contentores e barris enormes. A população do litoral começou a ter erupções de pele, náuseas e bebés mal-formados. Com o tsunami de 2005, centenas de barris enferrujados e com sinais de derramamento apareceram em diferentes pontos do litoral. Muita gente apresentou sintomas de contaminação por radiação e são conhecidas 300 mortes. O facto é relatado por Ahmedou Ould-Abdallah, enviado da ONU à Somália: “Alguém está a deitar lixo atómico no litoral da Somália – chumbo, metais pesados, cádmio e mercúrio”, proveniente de hospitais e indústrias europeias que, ao que tudo indica, o entrega à Máfia, que o descarrega e cobra barato. “Não há nem descontaminação, nem compensação nem prevenção” por parte dos governos europeus para combater este “negócio”, suspira Ould-Abdallah.
É neste contexto que nascem os piratas somalis. São pescadores que capturam barcos, como tentativa de assustar e dissuadir os grandes pesqueiros ou, pelo menos, como meio de obter alguma espécie de compensação. A maioria dos somalis conhece-os sob a designação de “Guarda Costeira Voluntária da Somália”. Um inquérito divulgado pelo site somali independente WardheerNews revela que 70% dos nacionais aprova firmemente a pirataria “como forma de defesa nacional”.
(*) A Somália ficou sem governo central desde 1991, quando o ditador Siad Barre, apoiado pelos EUA, foi derrubado por uma insurreição generalizada. Nessa altura, dois terços das reservas petrolíferas do país estavam atribuídos aos gigantes norte-americanos Conoco, Amoco, Chevron e Phillips. O envio de tropas pelos EUA, na tentativa de controlar de novo o país, saldou-se por uma derrota humilhante e os norte-americanos tiveram de retirar em 1993. Mas a destruição física e a desorganização política tomaram conta da Somália. Diferentes facções políticas exercem poder sobre partes do território do país. As tentativas de formação de um governo nacional têm sido combatidas pelos países ocidentais, concretamente através da Etiópia que invadiu a Somália em 2006 com o apoio, uma vez mais, dos EUA.
O mundo ocidental encontrou nos mares da Somália o local ideal onde descarregar lixo nuclear. Além disso, a Europa, que esgotou os recursos naturais das suas águas, rouba anualmente milhões de euros de atum, camarão e lagosta, nas costas da Somália, enquanto os pescadores locais passam fome. Quando os “piratas” se intrometeram no caminho pelo qual passa 20% do petróleo do mundo… imediatamente a Europa despachou para lá os seus navios de guerra.
Mal o governo somali se desfez em 1991 (*), e os ricos partiram, começaram a aparecer misteriosos navios europeus no litoral da Somália que deitavam ao mar contentores e barris enormes. A população do litoral começou a ter erupções de pele, náuseas e bebés mal-formados. Com o tsunami de 2005, centenas de barris enferrujados e com sinais de derramamento apareceram em diferentes pontos do litoral. Muita gente apresentou sintomas de contaminação por radiação e são conhecidas 300 mortes. O facto é relatado por Ahmedou Ould-Abdallah, enviado da ONU à Somália: “Alguém está a deitar lixo atómico no litoral da Somália – chumbo, metais pesados, cádmio e mercúrio”, proveniente de hospitais e indústrias europeias que, ao que tudo indica, o entrega à Máfia, que o descarrega e cobra barato. “Não há nem descontaminação, nem compensação nem prevenção” por parte dos governos europeus para combater este “negócio”, suspira Ould-Abdallah.
É neste contexto que nascem os piratas somalis. São pescadores que capturam barcos, como tentativa de assustar e dissuadir os grandes pesqueiros ou, pelo menos, como meio de obter alguma espécie de compensação. A maioria dos somalis conhece-os sob a designação de “Guarda Costeira Voluntária da Somália”. Um inquérito divulgado pelo site somali independente WardheerNews revela que 70% dos nacionais aprova firmemente a pirataria “como forma de defesa nacional”.
(*) A Somália ficou sem governo central desde 1991, quando o ditador Siad Barre, apoiado pelos EUA, foi derrubado por uma insurreição generalizada. Nessa altura, dois terços das reservas petrolíferas do país estavam atribuídos aos gigantes norte-americanos Conoco, Amoco, Chevron e Phillips. O envio de tropas pelos EUA, na tentativa de controlar de novo o país, saldou-se por uma derrota humilhante e os norte-americanos tiveram de retirar em 1993. Mas a destruição física e a desorganização política tomaram conta da Somália. Diferentes facções políticas exercem poder sobre partes do território do país. As tentativas de formação de um governo nacional têm sido combatidas pelos países ocidentais, concretamente através da Etiópia que invadiu a Somália em 2006 com o apoio, uma vez mais, dos EUA.
fonte: http://www.jornalmudardevida.net/?p=1796
Nenhum comentário:
Postar um comentário