terça-feira, 3 de março de 2009

Texto : " TRABALHO, “EXCLUSÃO SOCIAL” E “GLOBALIZAÇÃO”: REPENSANDO CONCEITOS" de Felipe Luiz Gomes e Silva

Texto de Felipe Luiz Gomes e Silva Publicado nos Anais do VII Congresso Argentino - Chileno de Estudos Históricos e Integração Cultural Universidade Nacional de Salta, Argentina - 25 a 27 de abril de 2007. - O objetivo deste texto é provocar reflexões sobre novos desafios e antigos dilemas presentes no mundo do trabalho e criticar, em especial, o que hoje se denomina “exclusão social”. Para tanto, serão utilizados dados secundários, pesquisas sobre o tema e matérias publicadas em jornais. Na década de 1970, intelectuais brasileiros entendiam que a “exclusão social” constituía, na realidade, um grande exército de reserva funcional ao processo de acumulação de capital mundial. Francisco de Oliveira (1975) e Lúcio Kowarick (1975), por exemplo, compreendiam a “marginalidade” como uma forma peculiar de inserção da população desempregada na divisão social do trabalho. Mas para Mike Davis (2006), os 57% dos trabalhadores da América Latina, os 40% da Ásia e os 90% da África que estão excluídos, na informalidade, compõem um vasto “proletariado informal”, o qual não pode ser chamado de lumpesinato e muito menos de exército de reserva, pois já não são reservas de nada e não há um sistema econômico capaz de absorver essa grandeza de desempregados. Para Robert Castel (1998), esses seres humanos são “inúteis para o mundo”. No entanto, para os trabalhadores e trabalhadoras que saíram às ruas de Caracas em defesa da Revolução Bolivariana, “globalização” e “exclusão” significam, na verdade, exigências do imperialismo estadunidense e imposições da burguesia local. Esses seres humanos, como afirma Castel (1998), são, de fato, “inúteis para o mundo” e excluídos do processo histórico? .

2 comentários:

  1. Não sabia que o artigo de Felipe Luiz Gomes e Silva havia sido publicado neste blog. Que bom!
    Felipe Silva
    felipeluizgomes@terra.com.br

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  2. Texto bom. Uma correção, no continente africano o total é cerca de 60% de "excluídos". Há países com 90%.
    Saudações, Felipe Luiz Gomes e Silva - o autor corrigindo o autor.

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